
A madeira é um dos descartes ilegais mais comuns na construção civil, gerando um grande volume de entulhos. Além da construção civil o descarte da madeira tem como fonte os móveis, pedaços de mesas e estruturas de sofás por exemplo e são descartadas frequentemente em terrenos baldios, praças e até em rios, sem serem reaproveitados ou reciclados.
Dentro deste contesto a artista plástica Fábia Escobar (@fabiaescobar), utiliza madeira de descarte como matéria-prima na produção de objetos de arte e de decoração. Sua obra mistura técnicas de marcenaria, escultura, design e pintura e tem como referência mosaicos, jogos de tangram, quebra-cabeças geométricos e a arte moderna brasileira. O resultado colorido e rústico (e ao mesmo tempo muito sofisticado) caiu nas graças de arquitetos e designers de interiores.
Desde que iniciou seu trabalho como artista visual, em 2014, a investigação da relação dos materiais que um dia foram utilitários com quem os utilizou, guia sua criação. Gosta de pensar que esses objetos, ou fragmentos que restaram deles, tem as marcas do tempo e a energia das relações sociais de quem os planejou, fabricou, usufruiu e descartou.

Segundo Fábia Escobar, “Essas marcas me direcionam e inspiram em recriar essas relações numa nova estrutura, dando visibilidade para aquilo que o cotidiano e o descartar tornaram invisíveis. Essa transformação remete diretamente à transição da minha experiência laboral anterior para a atual criação artística”.
Assim como os dadaístas que transformaram objetos comuns em obras de arte apenas colocando-os para serem contemplados, Fábia Escobar acredita proporcionar uma nova existência para aqueles objetos que deixaram de existir.
“Mesmo planejando minuciosamente onde cada peça vai se encaixar, o ato do descarte, a ação que anula a existência de um objeto, é representada com uma estrutura que remete à maneira como foram encontrados no lixo, empilhados, dispostos de forma aleatória. Reduzidos a fragmentos, remontados e reorganizados com uma nova concepção de layout, equilíbrio e ritmo, passam a ter um novo significado e visibilidade” relata Fábia Escobar.
Fontes: archdaily.com.br / fabiaescobar.com.br