
Em decorrência da vulnerabilidade de cerca de 900 milhões de pessoas no mundo, que estão vivendo em zonas costeiras baixas, em muitos lugares sofrendo com inundações avassaladoras, alguns arquitetos já projetam um futuro, onde parte da população mundial estará vivendo sob a ameaça das águas.
Na cidade portuária de Roterdã a mais vulnerável da Holanda, possui 90% do seu território abaixo do nível do mar, por isso conta com um espaço para construção limitado. Uma das soluções tem sido a ocupação de espaços na água, uma prática já utilizada em vários locais do mundo, como por exemplo nas cidades ribeirinhas ao longo do rio Amazonas, onde este conceito está presente há décadas, mas ainda precisa que precisa de incentivos para evoluir em sustentabilidade.
Na área do porto de Nassau foi construída a primeira rua flutuante de Roterdã, chamada de Nassauhaven, projeto dos arquitetos Pieter Figdor e Jan-Willem van der Male da empresa Public Domain Architects.
A inovação do projeto começa pela emissão dos chamados lotes de água, que permite aos compradores obter uma hipoteca da casa, um aspecto notável e muito incomum para casas flutuantes.

Nassauhaven possui 17 casas flutuantes sustentáveis dispostas em fileira, equipadas com painéis solares, que podem gerar calor através de uma instalação de biomassa e possuem um sistema próprio de purificação de água, que dispensa a ligação com a rede de esgotos.
A diferença de altura entre a maré alta e maré baixa no porto de Nassau, varia de um metro e meio a dois metros, onde as casas de madeira de 35 toneladas foram erguidas sobre pontões de concreto de 90 toneladas, ancorados em postes presos ao chão do porto.
A construção das casa flutuantes no local era inviável, elas foram construídas em um canteiro de obra em outro local, com peças pré-fabricadas. Os painéis da fachada possuem 120 centímetros de largura e são construídos a partir de um sanduíche de 14 centímetros de isolamento PU, com acabamento em ambas as faces com placa OSB.
As partes da fachada são afixadas a um esqueleto de aço, O revestimento das casas é feito com cedro amarelo, que dispensa manutenção e as outras partes revestidas com filme plástico resistente à água.
Rotterdam espera poder acomodar mais casas flutuantes no futuro, podendo construir até prédios de vários andares, sendo um exemplo de como podemos viver sustentavelmente em num planeta que tem 70% do seu território dominado pelas águas.